Perdoa
A mão calejada e cansada
Que não mais sabem acariciar
Perdoa
Os lábios secos e gastos
Que desaprenderam a te beijar.
Perdoa
O braço esquecido
Dos abraços comovidos
Que esqueceram como afagar.
Perdoa
Os olhos cansados e sem brilhos
Que por vezes eram compreendidos
Sem que os lábios precisassem murmurar.
Perdoa
O corpo que foi teu abrigo
E agora o repugna como a um inimigo
No qual encontras sempre a porta fechada
Sem direitos a toques
Palmas ou palmadas.
Perdoa
Esse coração desencantado
Que hoje te deixa em prantos
Por descobrir não estar mais apaixonado.
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