Estava deitada em meu silêncio
E pude ouvir meu próprio choro.
Não era possível dormir
Aquilo não poderia estar acontecendo
E eu senti medo, muito medo.
Talvez eu pudesse compreender
Tudo o que ouvira pela manhã,
Mas não na noite daquela manhã.
Procurei socorro em meio aos lençóis
E chorava mansamente
E senti por mim
Uma piedade antes não sentida.
Passei entrelaçados os meus braços
Em meu ombro
Como que quisesse proteger-me de algo.
E ali descansei...
Serena...
Como uma criança o choro logo cessou.
Minha respiração tornou-se calma e repousada
Fiquei ali,
Calada e pensativa
Deitada em meu silêncio
Olhando a noite
Até que o dia adentrou minha janela.
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