Olhe pra mim!
Não desvie teu
olhar
Olhe pra mim!
Será que consegue
me encarar?
Olhe pra mim, já
disse!
Veja só no que me
transformou,
Sou agora, de ti, o
resto
Resto de um amor
que se acabou.
Olhe pra mim, eu
insisto!
Veja esses olhos
tristes
Olhos que não são
meus
Veja o riso morto,
em meus lábios
Tudo o que restou
de um adeus.
Veja as linhas
tracejadas, em meu rosto
São marcas, de um
profundo sofrer.
Olhe pra mim agora
e reconheça
Que em meus olhos
Não há um novo
amanhecer.
Não tens nada
dentro do peito
És seco, vazio,
insensível
Desconheces o que é
emoção
Nem percebe a dor
Em minha expressão.
Expressão de
desgosto
Feita sobre meu
desespero
Por ter recebido de
você
Tudo ao contrário
de meu desvelo.
Olhe pra mim, eu
insisto
Procure ainda assim
te provar
Saber se és, de
fato um homem
Com capacidade de
me encarar.
Olhe pra mim!
Vai valer a pena
tentar...